sábado, 19 de outubro de 2013

Virologia, uma breve introdução

O que são vírus?
Vírus são invasores microscópicos que penetram em nosso corpo e utilizam as nossas células para se multiplicar e após completar o processo acabam matando-as, ou debilitando-as. Porém não são apenas os seres humanos que estão sujeitos a esse tipo de invasão, os vírus atacam células de diversos organismos como: bactérias, fungos, plantas e animais. A célula que é atacada é conhecida como célula hospedeira, fora de uma célula hospedeira o vírus não se reproduz e nem apresenta nenhum tipo de atividade metabólica, por isso os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios. Nesse estado eles são chamados de vírions. Por esse motivo também alguns autores não incluem os vírus na categoria dos seres vivos, porém muitos concordam que são sistemas biológicos já que possuem material genético e utilizam o mesmo sistema de decodificação que as outras formas de vida conhecidas.


Origem da virologia
A virologia só teve condições de se desenvolver após a bacteriologia, pois era impossível identificar os vírus antes de aperfeiçoar as técnicas de isolamento de partículas maiores como as bactérias. Em 1883, a primeira menção aos vírus foi feita pelo estudioso alemão Adolf Mayer que estudava as causas do mosaico do tabaco, doença que hoje sabemos ser causada por vírus. Mayer baseado no trabalho de outros microbiologistas sugeriu que a doença era causada por um microrganismo extremamente pequeno, mas não conseguiu identificá-lo e nem seria possível sem o microscópio eletrônico que ainda não havia sido inventado. Em 1884 foi inventado um filtro de porcelana tão fino que era capaz de filtrar bactérias, na época não era conhecido nenhum agente que pudesse passar por ele. Alguns pesquisadores perceberam que mesmo depois que os materiais eram filtrados alguns continuavam com caráter infeccioso, chegou-se a pensar até se tratar de uma toxina de algum microrganismo.
Em 1897 o botânico holandês Martinus Beijerinck definiu o agente infeccioso persistente como capaz de se multiplicar e passar de planta a planta mesmo depois de ter se reproduzido inúmeras vezes foi o primeiro a caracterizar o vírus que recebeu esse nome que já tinha sido utilizado anteriormente para caracterizar moléculas patogênicas, pois essa palavra vem do latim e significa veneno.
Muitos pesquisadores associaram o vírus com outras doenças mesmo sem ter sido possível visualizá-lo. Somente em 1939 o vírus foi visto pela primeira vez, com um microscópio eletrônico, após esse acontecimento diversas descobertas foram feitas, as quais possibilitaram o rápido avanço sobre o conhecimento que se tem hoje em relação aos vírus.
Estrutura
A maioria deles mede em torno de 20 e 30 nm e não possuem células, ou seja, são acelulares. O vírus não apresenta organelas, núcleo ou citoplasma, é constituído apenas por ácido nucleico que é envolvido por proteínas.
O vírus foi definido pelo ganhador do prêmio Nobel de medicina, Peter Medawar, como “um pedaço de notícia ruim embrulhado em proteína”. A notícia ruim no caso seria o ácido nucleico do vírus contendo sua informação genética, esse conjunto é o seu genoma, o qual em geral é muito pequeno, o vírus da varíola que é o maior tem apenas 200 genes contra 30 a 40 mil do genoma humano. O genoma viral pode ser DNA ou RNA, esse fato divide os vírus em dois grupos de classificação. Normalmente os vírus contém apenas um tipo de ácido nucleico, no entanto sabemos que vírus como o da hepatite B, podem sintetizar RNA, entretanto a sua classificação continua sendo vírus de DNA porque é constituinte básico do seu genoma.
O envoltório do genoma viral é chamado de capsídio, que pode se apresentar de várias formas e tamanhos. O conjunto de ácido nucleico + capsídio constitui o nucleocapsídio. Alguns vírus, ao sair da célula hospedeira, ficam envoltos pela membrana celular da mesma, formando o envelope viral (membrana lipoproteica que envolve externamente o vírus). Os que possuem envelope viral são os vírus envelopados os que não possuem são os não-envelopados.
Para entrar na célula hospedeira o vírus deve se encaixar na membrana plasmática dela utilizando as proteínas ligantes que estão na parte exterior viral. Esse tipo de reação é específica, logo o vírus tem uma gama de hospedeiros limitada e às vezes pode invadir apenas um tipo de célula, como é o caso do poliovírus que atingem apenas células humanas.
 
Referências
AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues.
Biologia, 2° edição. São Paulo. Moderna. 2004
 
BLACK, Jacquelyn G.
Microbiologia, 4° edição. Rio de Janeiro. Guanabara. 2002
 
Revisado por: Profª Drª Silvana Haddad

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