O
que são vírus?
Vírus
são invasores microscópicos que penetram em nosso corpo e utilizam as nossas
células para se multiplicar e após completar o processo acabam matando-as, ou debilitando-as. Porém não são apenas os seres
humanos que estão sujeitos a esse tipo de invasão, os vírus atacam células de
diversos organismos como: bactérias, fungos, plantas e animais. A célula que é
atacada é conhecida como célula hospedeira, fora de uma célula hospedeira
o vírus não se reproduz e nem apresenta nenhum tipo de atividade metabólica,
por isso os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios. Nesse estado eles
são chamados de vírions. Por esse motivo também alguns autores não
incluem os vírus na categoria dos seres vivos, porém muitos concordam que são
sistemas biológicos já que possuem material genético e utilizam o mesmo sistema
de decodificação que as outras formas de vida conhecidas.
Origem
da virologia
A
virologia só teve condições de se desenvolver após a bacteriologia, pois era
impossível identificar os vírus antes de aperfeiçoar as técnicas de isolamento
de partículas maiores como as bactérias. Em 1883, a primeira menção aos vírus
foi feita pelo estudioso alemão Adolf Mayer que estudava as causas do mosaico
do tabaco, doença que hoje sabemos ser causada por vírus. Mayer baseado no
trabalho de outros microbiologistas sugeriu que a doença era causada por um
microrganismo extremamente pequeno, mas não conseguiu identificá-lo e nem seria
possível sem o microscópio eletrônico que ainda não havia sido inventado. Em
1884 foi inventado um filtro de porcelana tão fino que era capaz de filtrar
bactérias, na época não era conhecido nenhum agente que pudesse passar por ele.
Alguns pesquisadores perceberam que mesmo depois que os materiais eram
filtrados alguns continuavam com caráter infeccioso, chegou-se a pensar até se
tratar de uma toxina de algum microrganismo.
Em
1897 o botânico holandês Martinus Beijerinck definiu o agente infeccioso
persistente como capaz de se multiplicar e passar de planta a planta mesmo
depois de ter se reproduzido inúmeras vezes foi o primeiro a caracterizar o
vírus que recebeu esse nome que já tinha sido utilizado anteriormente para
caracterizar moléculas patogênicas, pois essa palavra vem do latim e significa
veneno.
Muitos
pesquisadores associaram o vírus com outras doenças mesmo sem ter sido possível
visualizá-lo. Somente em 1939 o vírus foi visto pela primeira vez, com um
microscópio eletrônico, após esse acontecimento diversas descobertas foram
feitas, as quais possibilitaram o rápido avanço sobre o conhecimento que se tem
hoje em relação aos vírus.
Estrutura
A
maioria deles mede em torno de 20 e 30 nm e não possuem células, ou seja, são
acelulares. O vírus não apresenta organelas, núcleo ou citoplasma, é
constituído apenas por ácido nucleico que é envolvido por proteínas.
O
vírus foi definido pelo ganhador do prêmio Nobel de medicina, Peter Medawar,
como “um pedaço de notícia ruim embrulhado em proteína”. A notícia ruim no caso
seria o ácido nucleico do vírus contendo sua informação genética, esse conjunto
é o seu genoma, o qual em geral é muito pequeno, o vírus da varíola que é o
maior tem apenas 200 genes contra 30 a 40 mil do genoma humano. O genoma
viral pode ser DNA ou RNA, esse fato divide os vírus em dois grupos de
classificação. Normalmente os vírus contém apenas um tipo de ácido nucleico, no
entanto sabemos que vírus como o da hepatite B, podem sintetizar RNA,
entretanto a sua classificação continua sendo vírus de DNA porque é
constituinte básico do seu genoma.
O
envoltório do genoma viral é chamado de capsídio, que pode se apresentar de
várias formas e tamanhos. O conjunto de ácido nucleico + capsídio constitui o nucleocapsídio.
Alguns vírus, ao sair da célula hospedeira, ficam envoltos pela membrana
celular da mesma, formando o envelope viral (membrana lipoproteica que
envolve externamente o vírus). Os que possuem envelope viral são os vírus envelopados
os que não possuem são os não-envelopados.
Para
entrar na célula hospedeira o vírus deve se encaixar na membrana plasmática
dela utilizando as proteínas ligantes que estão na parte exterior viral. Esse
tipo de reação é específica, logo o vírus tem uma gama de hospedeiros limitada
e às vezes pode invadir apenas um tipo de célula, como é o caso do poliovírus
que atingem apenas células humanas.
Referências
AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto
Rodrigues.
Biologia, 2° edição. São Paulo. Moderna. 2004
BLACK, Jacquelyn G.
Microbiologia, 4° edição. Rio de Janeiro.
Guanabara. 2002
Revisado por: Profª Drª
Silvana Haddad
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